Duma área de 1200m2 que temos, 700 arderam. De 412 animais que tínhamos, 254 morreram no incêndio e ainda tivemos de eutanasiar 72 por causa dos ferimentos graves que tinham.
As causas do incêndio serão difíceis de apurar. O Incêndio terá deflagrado de madrugada e só foi dado o alerta por parte de um morador por volta das 7 da manhã que nos ligou a avisar-nos do que estava a acontecer.
Foi um dia duro, muito duro, que provocou em nós um desalento enorme. Mas o que estava feito, feito estava. O que pôde ser remediado, foi remediado, o que não tem remédio, está resolvido.
Todos os cuidados relativamente ao bem estar animal foram salvaguardados dentro daquilo que a lei e a consciência nos obriga. Foi aberto um inquérito pela GNR para tentar apurar a causa do incêndio. Poderá haver quem pense que o acidente foi propositado a fim de tentar extorquir do estado subsídios, mas isso está OBVIAMENTE descartado, até porque não temos seguros nem subsídios a que recorrer depois disto. As infraestruturas eram novas e não precisávamos de nada novo. Os animais que tínhamos eram os necessários para a nossa atividade comercial e, porque temos também O Bisarinho – Restaurante – Leitão a funcionar, na próxima semana já teremos de comprar leitão bísaro a um fornecedor para suprir as necessidades do mesmo. Portanto, para nós, isto é um passo atrás naquilo que temos vindo a fazer. Mas não será isto que nos irá destruir, até porque já nos aconteceram coisas piores na Quinta das Poldras e ainda cá estamos.
De ressalvar que o incêndio foi na sexta feira e no sábado, ao fim do dia, já tudo tinha sido limpo, já os animais mortos tinham sido recolhidos pelo SIRCA, assim como já tinham sido eutanasiados os necessários (isso logo na sexta, assim que nos foi dada permissão). Nenhum animal foi sujeito a sofrimento desnecessário. Inclusivamente o que restava das instalações (escombros) foram retiradas a fim de evitar a propagação de qualquer tipo de doença ou infeção.
Isso só foi possível por termos contado com a ajuda de cerca de 15 pessoas, que não trabalham na Quinta das Poldras e que estiveram connosco desde o primeiro momento a fim de encontrar LOGO as soluções possíveis naquela hora para que tudo fosse limpo o mais depressa possível. A essas pessoas queremos agradecer pelo empenho e colaboração, assim como aos nossos colaboradores que foram incansáveis na forma como se colocaram em ação no terreno.
Queremos agradecer também aos orgãos de comunicação social o facto de terem respeitado não termos permitido captar imagens no interior da Quinta. Numa altura em que se explora ao desbarato a desgraça e o sofrimento tanto de animais como pessoas, optamos por não partilhar o cenário dantesco que na Quinta se viveu.
Agradecer também aos Bombeiros Bragança, à GNR – Guarda Nacional Republicana, e às entidades SIRCA, DEGAV e ao Matadouro Municipal de Bragança, que fizeram o possível para atenuar e resolver a questão dentro daquilo que as condições o permitiam, ultrapassando todas as questões burocráticas a que a lei obriga o mais rapidamente possível.
Finalmente agradecer as palavras e atos de apoio que têm surgido por parte da nossa família, amigos, conhecidos, fornecedores, clientes que têm sido fabulosos na forma como nos têm acarinhado.
Àqueles que sem saberem e sem nos conhecerem nos têm difamado e até nos querem ver presos fica também um agradecimento por nos estarem a ensinar que quando não sabemos da história completa e não conhecemos as pessoas envolvidas, o melhor mesmo, é estar calado.
Neste momento estamos preparados para recomeçar com o que temos. Estamos prontos para demolir e para reconstruir. A questão que se coloca aqui não é a financeira. No meio de tudo isto, o dinheiro será o menos. O que resolverá esta situação será, como tem sido até aqui, a persistência, o empenho, a vontade e o trabalho que SEMPRE colocamos no que fazemos. E o que faremos aqui e daqui para a frente continuará a ser bom.
A todos um grande abraço!